quinta-feira, 16 de maio de 2019

Nem tudo é mentira (Esse eu fui! #04)

       Essa é a história de um dos dias mais vascaínos da minha vida, ou seja, um dia com sentimento maravilhoso. Novamente estava há um grande período sem ver o meu time do coração no estádio, já se passavam quatro anos desde o último jogo em São Janu... Este não foi na nossa linda e amada casa, tampouco dentro do estado carioca. E depois de já ter assistido à diversas partidas da Copa do Brasil de outras equipes, iria ver a primeira com o meu Vascão em campo. Era a minha primeira partida como visitante também.
       Voltamos ao ano de 2015, o Vasco retornava da segunda divisão do Campeonato Brasileiro pela segunda vez, havia uma grande expectativa da minha parte para que voltássemos a ocupar o lugar de gigante que nos pertence e uma boa campanha na Copa do Brasil ajudaria neste processo.
        Lembro que ainda no final de 2014, cerca de 30 minutos após o sorteio dos confrontos da primeira fase (que eu não acompanhei), um dos meus melhores amigos me ligou, contando a ótima notícia. O Vasco iria até o Acre enfrentar o Rio Branco FC, time da capital e mais tradicional/vitorioso do estado.
       Eu não acreditei e corri para a frente do computador. Era real, se eu não podia ir até o Rio assistir ao jogo da Copa, o Vascão viria até mim. Fiquei empolgadíssimo, logo corri para avisar ao meu pai, autor da maravilhosa obra de me passar o amor pela cruz de malta. Por mim o jogo já aconteceria no dia seguinte...
       Mas foi no famoso dia da mentira (01 de Abril) em 2015, que aconteceu o primeiro confronto em jogos oficiais entre Vasco e Rio Branco-AC. Válido pela primeira fase, que naquela época ainda era disputada em jogos de ida e volta, caso a equipe visitante não vencesse por dois ou mais gols de diferença. Cabia ao Gigante da Colina evitar a segunda partida.
       Foi um dia super aguardado por mim durante meses, nesta ocasião eu cursava minha faculdade à noite, mas quem se preocupou com aula neste dia? Cheguei ao estádio Arena da Floresta na capital acreana horas antes, junto com meu pai, nem os times se encontravam no local. Fiquei aguardando para fazer uma recepção especial para o meu Vascão, nunca tinha tido um contato tão próximo com os jogadores do meu time.
       A partida marcada para as 17:30 horário local, começou sob sol forte ainda, como é o normal dos dias de calor acreano. O Vasco que escolheu poupar alguns atletas da sua equipe principal, levou muitos jovens, e foi a campo com: Martín Silva, Nei, Douglas Silva, Anderson Salles e Lorran; Guiñazu, Victor Bolt, Bernardo e Matheus Índio; Yago e Thalles. Enquanto nosso adversário apostava todas as suas fichas nesse jogo e estava com o time completo.
       E o nosso Vascão mostrou muita eficiência, quando logo no primeiro minuto da partida abriu o placar com o centroavante Thalles. Porém da mesma forma que há males que vem para o bem, há bens que vem para o mal. O time vascaíno se acomodou, achou que com muita facilidade conseguiria fazer quantos gols quisesse e foi perdendo chances, o jogo foi ficando feio, e quando muitos já estavam agradecendo o fato de estar chegando o intervalo, Douglas Silva, zagueirão, de cabeça, mandou a redonda para o fundo das redes e ampliou o placar para o Gigante da Colina, que agora sim, se não tinha um belo jogo e uma goleada, tinha pelo menos o placar necessário para cumprir o seu objetivo principal.
       No segundo tempo, as quase 4 mil pessoas presentes na Arena da Floresta não viram o jogo melhorar, e o resultado idem, ambos sendo empurrados com a barriga.
       Quando faltavam apenas dez minutos para o apito final, veio o castigo vascaíno, o volante Kinho apareceu muito bem na área e finalizou de primeira, sem deixar ela cair, não teve chance alguma o goleirão Martín Silva.
       Fim de papo, de certa forma decepção no lado do Vasco que poderia ter jogado e feito muito mais, e agora teria que disputar mais uma partida para avançar de fase... (partida essa que foi um sofrimento, mas no fim das contas vencemos por 3x2 e nos classificamos.)  
       Mas o principal momento deste dia e com certeza um dos momentos mais incríveis da minha vida como vascaíno, aconteceu depois do apito final. Eu e duas amigas vascaínas que também estavam no estádio, descobrimos qual o hotel que o time estava hospedado e decidimos ir para a porta dele, esperar os jogadores e tentar fotos e autógrafos.
       Quando chegamos lá, clima tranquilo, uma dúzia de torcedores mais ou menos, e depois de alguns minutos de espera, nossos atletas chegaram e com muita atenção e paciência passaram entre todos nós e atenderam nossos pedidos. O time podia não ser o melhor que tínhamos, mas ali havia um cara que eu já gostava, e hoje ao escrever este artigo posso dizer que é o jogador que mais admiro dos que eu vi jogar pelo meu Vascão. Martín Silva foi um excelente profissional dentro e fora de campo ao longo dos cinco anos que esteve conosco.
       Naquela noite de primeiro de Abril até parecia mentira, mas eu estava do lado do meu maior ídolo. Tiramos uma selfie que ficou tão ruim, mas tão ruim, que quase não dá para nos reconhecer, tudo graças ao nervosismo e emoção por estar ao lado do Ministro da Defesa. Mas eu sei o quanto foi incrível aquele momento, foi um final dos sonhos, para um dia inesquecível, que com certeza os decendentes irão ficar sabendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário