Primeira vez...

     Hoje trago para você leitor(a) mais uma novidade, inicio uma série onde vou contar as minhas esperiências em jogos do Vascão que eu tive o prazer de ir. Até mesmo quando o resultado não é o esperado, estar em um estádio de futebol para mim é mágico, me sinto realizando um sonho a cada vez que posso fazer isso e quando o jogo é do Vasco... aí o sentimento triplíca, se eleva, transborda. Chega a ser inexplicável, isso é o amor!
     Resolvi batizar essa série de: "Esse eu fui!" e de vez em quando será postado uma história, hoje vamos fazer uma "pequena" viagem no tempo...
     Voltamos para 30 de Janeiro de 2005, em uma tarde de Domingo bonita e ensolarada do verão carioca, Vasco e Botafogo se enfrentaram pela fase de grupos da Taça Guanabara, num Maracanã ainda em seu formato original e para um público de quase 58 mil pessoas. Dentre esses tantos estávamos eu, meu pai Lúcio também vascaíno, meu tio Henrique, esse torcedor do rival, seu filho Pedro que ainda não sabia para qual time torcer pois era muito novo, mesmo com a forte influência do seu pai e um outro primo, Lúcio, filho de outro tio e também botafoguense, então estávamos empatados, 2 torcedores e meio para cada mais ou menos.
     Eu tinha 10 anos e nunca tinha ido a um estádio de futebol antes, ir com meu pai e logo em um palco como o Maracanã parece até coisa de filme... foi um dia fantástico, ainda me lembro da gente saindo de casa, eu pulando de empolgação, sempre desde pequeno fui amante de esportes, mas o futebol está no meu sangue. Como a maioria dos brasileirinhos, naquela época ainda sonhava em ser jogador de futebol quando mais velho (o que não veio à acontecer, acredito eu que não por problemas técnicos, mas sim por falta de gosto dos olheiros e times que deixaram esse talento passar kkkkkk).
     No estádio ficamos todos juntos, torcendo cada um para o seu time, obviamente, mas também se zoando e principalmente se respeitando, como sempre deveria ser!
     O Botafogo que foi a campo com Jefferson, César Prates, Rafael Marques, Scheidt, Marquinhos, Leandro Carvalho, Juca, Túlio, Ramon (Almir), Caio (Élvis) e Alex Alves, era comandado por Paulo Bonamigo, abriu o placar logo no início do jogo, aos 16 minutos do primeiro tempo com Alex Alves. Agora, você vascaíno que está lendo, se você adivinhar como o Vascão tomou o gol, eu só dou uma dica, é um problema atual do Vasco, na real eu acho que deve ser até algo histórico (talvez tenhamos sido pioneros nisso também) ficou fácil né? Foi um gol de falha da defesa na jogada aérea, bola levantada e lá estava ele livre, leve e solto para dominar, pensar, escolher onde chutar e marcar o primeiro gol do jogo! Meu tio e meu primo Lúcio festejaram muito, mas eu sabia que ainda tínhamos muito jogo pela frente...
     É incrível como algumas coisas fixam na nossa memória e por mais que anos e anos passem, elas continuam lá, intactas. O gol do Vascão nesse jogo, assim como tudo que eu já descrevi até aqui, é mais um exemplo dessas coisas que ficam para sempre.
     Já passávamos dos 20 minutos do segundo tempo, 22 para ser mais exato. Quando Alex Dias recebeu um passe longo, dominou no peito com muita classe, fez uma bela tabelinha com o baixinho Romário, que mandou a bola por cima da defesa, já dentro da área Alex Dias dominou, deu um chapéu no goleiro e mandou para o fundo das redes... GOOOOOLAAAAAAÇO DO VASCÃAAAO!!!! Quanta alegria explodiu naquele momento, abracei meu pai bem forte e subi nas cadeiras com meu primo Pedro vibrando em emoção. (Pois é, meu tio Henrique neste exato momento não ficou muito feliz ao saber que seu filho estava torcendo contra o time dele kkkkk, mas faz parte, ele escolheu o melhor... (hoje em dia ele diz ser botafoguense para que a paz reine)).
     O jogo em que os Alex brilharam e eu debutei nos estádios de futebol, terminou empatado, todos alegres e o gol de Alex Dias imortalizado tanto na memória de todos lá presentes, como também pelo jornal Extra, que no seu caderno de esportes sempre fazia uma reprodução do gol mais bonito do final de semana. Eram espécies de quadrinhos, só que sem falas, e sim com pontilhados fazendo o percurso da bola e os jogadores tendo seus movimentos representados por bonecos simples, mas que conseguiam fazer o leitor ver o gol, mesmo sem ter visto o mesmo antes.
     O Vasco que foi a campo nesse jogo com: Éverton, Thiago Maciel, Fabiano, Marcos, Diego, Gomes, Coutinho, Leozinho (Róbson Luís), Júnior (Rubens), Alex Dias, Romário (Marco Brito) e era dirigido pelo saudoso técnico Joel Santana, acabou não conseguindo se classificar para a fase semifinal dessa Taça Guanabara. E também não conseguiu conquistar o título estadual (terminamos em quinto) deste ano, que ficou com o Fluminense.